MÉDICO PSIQUIATRA E PSICOTERAPEUTA

tDCS

transcranial direct current stimulation

A Estimulação Transcraniana por Corrente Continua (ETCC, ou tDCS em inglês) tem sido mais estudada na última década. O número de publicações científicas dobram a cada ano! Cada vez mais tem sido indicada aos pacientes em países de primeiro mundo. No Brasil, já temos aparelhos aprovados pela ANVISA desde 2014.

O procedimento consiste no uso de um pequeno aparelho de pilhas com dois eletrodos, aplicados em pontos específicos na cabeça, fazendo passar uma corrente elétrica continua de baixa intensidade (1 a 2mA). Dura cerca de 20 a 30 minutos, com paciente acordado, sem sentir nenhuma dor.

Ocorre uma melhora da atividade cerebral através do aumento ou diminuição da excitabilidade de neurônios nos pontos específicos (efeito neuromodulatório imediato). Isto estimula um melhor funcionamento de neurotransmissores (efeito neuroplástico tardio), que são responsáveis pela regulação do humor, atenção, disposição, sono, dor, etc. A neuromodulação pode também aumentar o aprendizado, memória, raciocínio lógico (matemático e linguístico), concentração e coordenação. Assim, o posicionamento dos eletrodos é determinado pelo tipo de efeito que desejamos, sendo portanto individualizado. Já temos muitos estudos apontando que pode-se usar tDCS para o tratamento auxiliar de diversas condições neuropsiquiátricas como depressão, dor crônica e fibromialgia, melhora na recuperação de AVC, zumbido, Parkinson, enxaqueca, dependência química. Alguns novos estudos também sugerem uso para auxiliar no tratamento da ansiedade e da obesidade.

As aplicações são feitas em consultório, durante a consulta. Na média indica-se 10 sessões (em 10 dias seguidos), e conforme o resultado, sessões de manutenção são programados quinzenalmente. Este tratamento pode ser feito simultaneamente com uso de medicações, havendo estudos que mostram que agem potencializando uma a outra.

Após as sessões os pacientes descrevem sensação de relaxamento, mas ao mesmo tempo sentem-se mais alertas e com “raciocínio mais claro”. Os sintomas colaterais, quando ocorrem, são bem leves e de rápida recuperação, como dor de cabeça, tontura, vermelhidão da pele no local que o eletrodo foi colado.

Dr. Pedro Jakobson

Médico Psiquiatra

Porto alegre - RS